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Durante anos, a área de RH lutou para ocupar uma posição estratégica nas organizações. Para isso, precisou se aprofundar nos temas de negócio, estabelecer parcerias com os clientes internos e influenciar nas tomadas de decisões. Foi necessário mudar a forma de conduzir as orientações aos colaboradores, a formulação de treinamentos, dentre outros aspectos. Os conteúdos que trabalhavam as relações humanas pareciam distantes da realidade dos negócios e foram batizados de “Abraçar a árvore”.

Segundo Dave Ulrich, o papa do RH moderno, todo esse novo posicionamento proporciona práticas aderentes aos objetivos de negócio, que ajudam no clima, engajamento e performance corporativa, afinal, são as pessoas que entregam os resultados.

Tudo isso ajudou durante muito tempo, mas agora cabe, no mínimo, uma reflexão: Será que este formato ainda se sustenta?

Nos últimos anos, estamos presenciando o avanço tecnológico, a transformação digital nos negócios, a automatização dos processos e o uso da Inteligência Artificial que, de forma exponencial, exige uma nova forma de pensar as pessoas.

Mudamos o posicionamento e, hoje, não falamos só em B2B ou B2C: entra em voga o H2H (de Humanos para Humanos). O indivíduo passa a ser protagonista, vira a identidade da empresa, um verdadeiro embaixador que precisa participar ativamente dos times de projetos, se conectar com áreas e com os pares e gerar valor para os clientes. Lindo, não é?

No entanto, para sermos H2H, precisamos entender de gente, de comportamento, ampliar o autoconhecimento e reconhecermos que o ser humano é integrado. A fala “o que acontece em casa fica em casa e o que acontece no trabalho fica no trabalho” não se aplica para esse novo contexto. Não precisamos pedir para os profissionais negarem seus sentimentos, mas sim, treiná-los e dar repertório para que possam gerenciar suas emoções e comportamentos.

Durante anos, o Fórum Econômico Mundial traz as competências Inteligência Emocional, Comunicação Assertiva, Agilidade de Aprendizagem, entre outras, como essenciais para o profissional do futuro, mas o que encontramos, em boa parte das organizações, é a competição entre áreas, líderes com uma comunicação agressiva e profissionais que não percebem o feedback como uma ferramenta de desenvolvimento.

Chegou a hora do investimento em Soft Skills. Aqueles que acham que investir em treinamentos que aprofundam em autoconhecimento e em relações interpessoais não é mandatório, já ficaram para trás.

O Google identificou, em sua pesquisa de clima, que algumas áreas não se relacionavam e decidiu aprofundar os estudos para entender o que era necessário para se ter uma equipe perfeita. Em 2011, nasceu o projeto chamado Aristóteles, que pesquisou 180 equipes e identificou que as pessoas precisam confiar umas nas outras e terem segurança psicológica, significado, clareza do que era esperado e conhecerem o impacto do seu trabalho para entregarem o seu melhor. Daí, surgiria a equipe perfeita.

Em pleno 2021 precisamos entender que não será necessário deixar as metas, os objetivos de negócio e a garantia de resultados de lado, em detrimento da qualificação e das discussões sobre comportamentos, mas sim, inclui-las, no planejamento estratégico, com igual relevância dos treinamentos técnicos e dos treinamentos comportamentais.

“Abraçar a árvore” com ciência, conteúdos de relevância e que promovam conexões livres de egos, garantindo a Segurança Psicológica é o que realmente garantirá a perenidade dos negócios.

Lidiane Miquilini
Especialista em Cultura e Liderança

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